terça-feira, 7 de abril de 2009

Explosão de mil sóis



Havia mil sóis dentro de mim,
pungentes, orgulhosos, expelindo plasma,
a fusão interna e atração externa eram quase insuportáveis,
minha derme vinha fraquejando nas últimas eras,
eles queriam sair, o instinto surgiu, mas sem método,
não pude guia-los, não soube como,
e o tempo não havia sido suficiente para a expansão de matéria,
não houve novos planetas, sistemas e nenhum tipo de vida,
...só a explosão dos mil sóis!
Cem milhões de bombas de hidrogênio, cada um,
o momento de maior poder da minha existência,
por instantes a contenção parecia um ato ridículo,
até a minha própria casca ser pulverizada,
e o meu eu se confundir com as chamas e radiação.
Tudo o que existia em volta foi pulverizado,
consumido pela vontade de expansão do fogo.
Mas logo o fogo espalhou-se em nada,
e o nada consumiu o fogo.
Quanto a mim, permaneci uma casca deformada e vazia,
vagando sem rumo pela matéria negra do espaço,
sem energia, sem sol, sem fogo, sem vontade,
oco e exaurido.
Fui mais temeroso quando tinha mais poder,
me senti mais poderoso quando a energia me deixava,
tão certo não irá voltar,
tão certo agirei tanto quanto nada,
mas não sou nada, nem sol,
eu vago...

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