
Por Hamilton Fernandes e Helio Hideki
O desespero azul de um terminal vazio
O abismo que o recém-nascido desconhece – e também eu
O desabamento do céu da gengiva
Corrimentos vaginais na calçada
Que me importa o formato de seus pelos púbicos, se
Eu posso rasgar o aço com minhas próprias mãos
Os livros e os bons filmes e os dias de céu limpo e
as vaginas sedentas por
sexo não me confortam
Um mundo imundo – um cérebro-intestino
Os ônibus carregando os trabalhadores de volta para casa,
[os bebês dormindo, bajulados,
[vivendo, esquecendo, esquecendo...
O Universo foi calculado errado...
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Pedaços de ilusão – um buraco sem fim
O câncer corrói as entranhas do velho decrépito, que geme, sozinho,
A aritmética do lixo, das formigas carnívoras
Pra rabuda que passa, sou menos que nada
E uma vagina no umbigo e na testa
Além das nuvens, Júpiter, Saturno, os marcianos
Esperando uma resposta sem sentido
Resignado, o homem-cão fecha os olhos diante do choque
inevitável – a verdade, a libertação
Porque as drogas da farmácia não podem curar a dor...
Embriagado, as luzes de néon confundem-me e
Ainda não inventaram um deus para sua solidão.
Poemas escritos a partir da (anti-)técnica dadá-surrealista Cadavre exquis
(Agradecimentos especiais à Cervejaria Krill por fabricar cervejas tão vagabundas e baratas...)
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